quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
O desconhecido
Nós reagimos de maneira estranha ao nos depararmos com algo desconhecido. O que nos acontece resume-se a duas sensações: O medo, como quando alguém teme fantasmas ou o escuro, e o fascínio. Ambas tiram a nossa razão.
O medo do desconhecido é algo inato à nossa espécie.
Quando crianças, temos medo do escuro; não vemos à nossa volta, e a escuridão pode muito bem esconder qualquer coisa: um estranho, uma criatura monstruosa e faminta, um fantasma. Todos esses querendo nos pegar. Ou um grupo de estranhos com largos sorrisos, bem diferentes do colo da nossa mãe (o mundo conhecido até então...). Também o primeiro dia no jardim de infância. Uma comida desconhecida. A dúvida se vamos passar no vestibular. Um país novo.
Um mar desconhecido. Nunca navegado. O Atlântico era conhecido como o "Mar Tenebroso" antes de ser explorado. Monstros marítimos e precipícios aguardavam os navegadores.
A morte. Algo tão natural; e só por representar um desconhecido que não se pode decifrar sem presenciar, é temida por quem mantém a mania infantil de temer o que não conhece. Quando adultos, não temos pessoas mais experientes para nos dizer que não precisamos temer. Nós somos os experientes. E como somos a parte da população mais capaz e ativa, então nossos medos e opiniões devem ter fundamentos. Não é?
A outra sensação é o fascínio. Ainda bebês, vemos um objeto nunca antes visto e imediatamente o pegamos, de olhos arregalados, e colocamos "direto na boca". Quando ganhamos um presente, avidamente rasgamos o embrulho (afinal aquele maravilhoso objeto desconhecido será então nosso).
Um controle remoto, um modo tão fácil de descobrir o que está passando em tantos outros canais (não sabemos ainda), possivelmente algo muito mais interessante do que o que estamos vendo. Cientistas loucos para encontrar a lendária lula gigante e estudá-la. O mar desconhecido, na própria expansão marítima, fermentando pensamentos nos homens sobre a busca por terras virgens, possíveis riquezas, o paraíso do Eden esperando em algum lugar do Oceano, os relatos fantásticos de Marco Polo. O espaço sideral, a vida além da Terra, a possibilidade de descobrir mais riquezas, mais recursos, mais respostas sobre o Universo.
Homens adultos, com o fascínio às vezes auxiliado pelo instinto. Somos mais fascinados por mulheres desconhecidas. Por que? Como pode apenas uma visão de uma moça, bonita, desconhecida (e que acabou de olhar pra cá), nos fascinar tanto mais do que uma que já conhecemos?
Porque nos fascinamos com o desconhecido. Nosso instinto animal é conquistar.
Quando tratamos de mulheres desconhecidas, imaginamos coisas sobre elas, sentimos a excitação do mistério. Idealizamo-nas. Quando as conhecemos, nos tornamos conscientes de vários aspectos de suas vidas, de que elas são pessoas normais como nós. Não há mais o interesse misterioso porque, para nós, elas deixaram de ser desconhecidas; foram então humanizadas.
Dessa forma, algo pode ter sua influência sobre nós mudada, sem ter, ele mesmo, mudado... Muda apenas a maneira como vemos essas coisas.
domingo, 14 de setembro de 2008
Profanando Culturas
http://www.youtube.com/watch?v=N78_y2RH3NI
A Globo vai estreiar uma novela nova. O nome: "Um Negócio da China". Provavelmente vai ser mais uma "O Clone", que vai tornar popular, por um tempo, uma cultura milenar, realidade de milhões de pessoas.
Eu ficaria muito irritado se fizessem isso com a minha cultura. Fazer dela uma "moda" nova. Aliás, já tou irritado. Se fosse chinês, estaria mais ainda.
Já pensou? Transformarem seus costumes em um tema de uma reles novela?
A Globo vai estreiar uma novela nova. O nome: "Um Negócio da China". Provavelmente vai ser mais uma "O Clone", que vai tornar popular, por um tempo, uma cultura milenar, realidade de milhões de pessoas.
Eu ficaria muito irritado se fizessem isso com a minha cultura. Fazer dela uma "moda" nova. Aliás, já tou irritado. Se fosse chinês, estaria mais ainda.
Já pensou? Transformarem seus costumes em um tema de uma reles novela?
domingo, 24 de agosto de 2008
Distâncias
Um soldado está numa guerra. Longe de sua casa, passa os dias em campanhas, percorrendo terras estranhas e obedecendo ordens. Seus únicos companheiros são guerreiros rudes. O homem está num campo de batalha. A cada amanhecer sabe que virá mais um dia de provação.
Em meio a esse cenário opressor, ele guarda algo que lhe dá forças. Um crucifixo que leva ao pescoço, dado pelo seu pai no dia em que partiu para a guerra, o qual segura com firmeza sempre que sente medo. Uma foto de sua família, sua mulher e seus filhos, que insiste em observar sempre que se sente desolado. Objetos, lembranças, que lhe dão coragem para continuar de cabeça erguida e não se deixar vencer pela guerra. Quando toca e olha esses objetos, mentaliza que está em outro lugar. É como se os objetos falassem: "Um dia você sairá desse lugar horrível, e, quando estiver livre, voltará para sua casa e poderá ser feliz junto deles". Ele pensa: "Tenho que lutar! Tenho que lutar, e sobreviver para um dia reencontrá-los. Aí vou descansar... e voltar a ser feliz. Tenho que lutar por eles."
Eventualmente, a guerra acaba. O soldado volta para casa. Finalmente está junto das pessoas em que tanto pensava, estão todas ao seu lado, mas, agora, passa os dias pensando: "Como será a minha próxima guerra?
Será que nós também agimos assim?
Em meio a esse cenário opressor, ele guarda algo que lhe dá forças. Um crucifixo que leva ao pescoço, dado pelo seu pai no dia em que partiu para a guerra, o qual segura com firmeza sempre que sente medo. Uma foto de sua família, sua mulher e seus filhos, que insiste em observar sempre que se sente desolado. Objetos, lembranças, que lhe dão coragem para continuar de cabeça erguida e não se deixar vencer pela guerra. Quando toca e olha esses objetos, mentaliza que está em outro lugar. É como se os objetos falassem: "Um dia você sairá desse lugar horrível, e, quando estiver livre, voltará para sua casa e poderá ser feliz junto deles". Ele pensa: "Tenho que lutar! Tenho que lutar, e sobreviver para um dia reencontrá-los. Aí vou descansar... e voltar a ser feliz. Tenho que lutar por eles."
Eventualmente, a guerra acaba. O soldado volta para casa. Finalmente está junto das pessoas em que tanto pensava, estão todas ao seu lado, mas, agora, passa os dias pensando: "Como será a minha próxima guerra?
Será que nós também agimos assim?
quarta-feira, 13 de agosto de 2008
Reconhecimento ou Fama?
A fama é geralmente vista como algo bom para qualquer um. Ter "sucesso", prosperidade, ser conhecido e atrair olhares de muitos é o símbolo do crescimento, da felicidade e conquista, coisas tão desejadas... Naturalmente, qualquer um tem a necessidade de ser reconhecido (o que é diferente de ser conhecido), de se sentir importante e necessário.
Entretanto, a maioria acha que o reconhecimento é a fama. E a busca como se fosse algo necessário, sempre na avidez de ter mais, conquistar mais, ostentar mais. Tentam a todo custo alcançar o último estágio de conquista e prestígio.
Quem alcança esse estágio não é alguém que luta por ele. Luta, sim, para fazer sua parte e ajudar aos outros e à sociedade em detrimento de si mesmo. Preocupa-se em ser útil. Não se apressa em ter seus feitos conhecidos por todos e não procura no trabalho a motivação da sua vida, não o considera seu maior propósito, mas faz sua parte com a sociedade através dele.
Já alguém que quer ser notado e busca a própria fama, preocupa-se antes com seu sucesso, depois com o que pode fazer de útil. O Brasil (e o mundo) está cheio de gente assim... Pessoas que são conhecidas por serem "dotadas de uma surpreendente capacidade de obstinação", enriquecem, têm seu sucesso cobiçado. Pessoas que perseguem, com avidez (e com engano), a felicidade, que acham que é fruto de conquistas. Resumindo, querem "ser grandes". Continuarão a perseguir a felicidade indefinidamente, pois sempre vão estar querendo mais para si. E aí é como uma bola de neve: Quanto mais conseguem, mais descobrem que podem ter mais e, então, obstinam-se a perseguir mais e mais, alimentando sua ambição e nunca estando satisfeitos. Enquanto fazem isso, não se dão conta de que sua vida passa e eles não a vivem. Quando menos esperam, perdem o que foi dado a eles e o tempo toma sua juventude. Nessa perseguição incessante pelo último estágio de prestígio, não terão atingido nada mais que o último estágio da ambição.
Existe muita gente que não tem conhecimento de que existe algo a mais. São dotadas até de inteligência, talentos, potencial, mas não conhecem a fonte disso, não conhecem a Deus. Têm uma lacuna em suas vidas e simplesmente tentam preenchê-la com conquistas pessoais. Mas se alguém centra a sua vida, adquire um rumo para ela, passa a fazer tudo com um propósito que esteja além do próprio bem-estar, consegue a felicidade. Não se livra dos problemas ou dificuldades (pelo contrário, eles parecem se multiplicar), mas consegue lidar com eles se agir com sabedoria! Por isso a felicidade não é reconhecida: porque, vista de fora, parece trazer um mar de dificuldades. Mas pra quem consegue reconhecê-la...
Adquire sua honra, que é dada por Ele.
"A recompensa da humildade e do temor do Senhor são a riqueza, a honra e a vida." (Prov. 22.4)
"Na mão direita, a sabedoria lhe garante vida longa; na mão esquerda, riquezas e honra." (Prov. 3.16)
O reconhecimento não é algo a ser perseguido, como muitos acham, mas merecido.
quinta-feira, 27 de março de 2008
Caminhos
Segundo o dicionário Webster: "Senso comum são as opiniões de homens comuns" ou "julgamentos sólidos e prudentes mas, em geral, não muito sofisticados" e segundo Einstein: "Senso comum é o conjunto de todos os preconceitos que adquirimos durante nossos primeiros dezoito anos de vida!".
Vestibular: Ele nos dá, finalmente, uma liberdade de escolha. E quem faz sua escolha sempre ouve várias opiniões sobre ela.
Geralmente, alguém que anuncia que vai fazer física, por exemplo, é logo chamado de doido, ouve um monte de besteiras infundadas sobre o curso e tal. Mas só é criticado por quem, obviamente, não sabe do que fala. Se essa mesma pessoa, que quer fazer física, dissesse "Quero fazer medicina!", ia receber um tapinha nas costas e ser parabenizado, mesmo que não tenha nada a ver com essa profissão. É como se só existissem 5 ou 6 carreiras de sucesso no mundo. Muita gente esquece que não é o curso que vai trazer sucesso, e sim a pessoa que o escolheu! Imagina se da Vinci tivesse decidido ser comerciante simplesmente porque ganharia mais dinheiro ou Einstein tivesse abandonado a física com medo dos seus ossos!
O mundo estaria fora de lugar.
Por isso que cada um tem a obrigação, simplesmente, disso: Fazer o seu melhor. Em quê? No que sabe fazer melhor.
Há uma lição de vida que começa com essa pergunta:
O que você escolheria entre essas duas coisas: Algo que você valorizasse muito, mas que não fosse valorizado pelas outras pessoas, ou algo que fosse valorizado por todos, mas que para você não tivesse muito valor?
Sua tarefa é simplesmente escolher entre essas duas opções.
Mas nunca se esqueça:
Mais vale uma única pérola raríssima do que vários diamantes em demásia.
Vestibular: Ele nos dá, finalmente, uma liberdade de escolha. E quem faz sua escolha sempre ouve várias opiniões sobre ela.
Geralmente, alguém que anuncia que vai fazer física, por exemplo, é logo chamado de doido, ouve um monte de besteiras infundadas sobre o curso e tal. Mas só é criticado por quem, obviamente, não sabe do que fala. Se essa mesma pessoa, que quer fazer física, dissesse "Quero fazer medicina!", ia receber um tapinha nas costas e ser parabenizado, mesmo que não tenha nada a ver com essa profissão. É como se só existissem 5 ou 6 carreiras de sucesso no mundo. Muita gente esquece que não é o curso que vai trazer sucesso, e sim a pessoa que o escolheu! Imagina se da Vinci tivesse decidido ser comerciante simplesmente porque ganharia mais dinheiro ou Einstein tivesse abandonado a física com medo dos seus ossos!
O mundo estaria fora de lugar.
Por isso que cada um tem a obrigação, simplesmente, disso: Fazer o seu melhor. Em quê? No que sabe fazer melhor.
Há uma lição de vida que começa com essa pergunta:
O que você escolheria entre essas duas coisas: Algo que você valorizasse muito, mas que não fosse valorizado pelas outras pessoas, ou algo que fosse valorizado por todos, mas que para você não tivesse muito valor?
Sua tarefa é simplesmente escolher entre essas duas opções.
Mas nunca se esqueça:
Mais vale uma única pérola raríssima do que vários diamantes em demásia.
sexta-feira, 21 de março de 2008
Feriados
Como odeio feriados, hein!
O único feriado que me lembro de ter gostado de 2 anos pra cá foi o carnaval, quando viajei (uma raridade).
Olha a situação atual: Tou só em casa, tá chovendo, tou com fome, nao quero ir pro midway. (Só isso, pra um natalense, é sinônimo de tédio). Nao encontro o telefone de onde eu quero comer na lista nem na geladeira. O telefone do telepesquisa tá de folga. Todo mundo tá de folga.
4 dias com tudo parado e não posso fazer nada, a não ser assistir TV e esperar que o mundo volte a funcionar.
O único feriado que me lembro de ter gostado de 2 anos pra cá foi o carnaval, quando viajei (uma raridade).
Olha a situação atual: Tou só em casa, tá chovendo, tou com fome, nao quero ir pro midway. (Só isso, pra um natalense, é sinônimo de tédio). Nao encontro o telefone de onde eu quero comer na lista nem na geladeira. O telefone do telepesquisa tá de folga. Todo mundo tá de folga.
4 dias com tudo parado e não posso fazer nada, a não ser assistir TV e esperar que o mundo volte a funcionar.
quinta-feira, 20 de março de 2008
Televisão
Dois meses se passaram... Gradativamente, tou parando de assistir TV e de me deprimir com os tempos de hoje. Ainda bem que ainda existem livros e um mundo alternativo a esse virtual. Dou graças a Deus à vida escolar e ao vestibular que me mantêm ocupado com o que importa. Muito melhor me ocupar com música e leitura do que com detritos.
O Bicho [Manuel Bandeira]
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
O Bicho [Manuel Bandeira]
Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
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